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(Maria Amélia de Carvalho Duarte Francisco Luís)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PROJECTO IPO ==> Capsulas Nespresso (IMPORTANTE)

Mesmo não tendo, pode passar informação a quem tenha a máquina de café Nespresso...

"Venho solicitar a vossa ajuda para um novo 'projecto' com as crianças do IPO.
Pretendemos recordar a importância de reaproveitarmos os materiais a custo zero com uma actividade criativa.
Um dos objectivos é fazer uma árvore de Natal. Vamos fazer esculturas com cápsulas Nespresso usadas /recicladas! Juntem as vossas cápsulas usadas num saco ou caixa.
para este trabalho também aceitamos telas de qualquer tamanho.
Os sacos podem ser deixados na Acreditar (Rua do IPO), enviados em cx . próprias dos CTT

obrigado a todos." - citando mail recebido ...

Contactos:
Pedro Bello
bello.pedro@hotmail.com
telemóvel: +351 916852874

ou
ACREDITAR
A/C Filipa Carvalho
Rua Prof. Lima Basto, 73
1070-210 LISBOA
Tlfn: + 351 217 221 150
E-mail:fc@acreditar.pt


PS: Felizmente, a maioria de vós não sabe o que é o dia a dia de uma criança com cancro e, estou a pedir pouco mais do que nada para as distrair. Divulguem sff.
Partilhar é um dom.

domingo, 25 de outubro de 2009

O tempo dos chinelos


De "férias forçadas", num tempo que ainda não é tempo de “encostar as botas”, vejo-me a braços com a difícil tarefa de “gerir o tempo”. Não aquele que escasseia, que fluí volátil, incontrolado, por entre compromissos de ordem diversa, que se esgota de forma stressante, que, por vezes, tantas vezes, apelidamos de “sem sentido”, encorpado numa espécie nefasta de uma qualquer correria, em torno de nadas, de absurdos, em em busca disto ou daquilo - sucessos, carreirismos, pódios, lucros, ou na busca de coisa nenhuma se espremido nada que nos acrescente resulta.
E que nos cansa. E que nos impede de gozar dos espaços e dos bens que acumulamos …

A propósito recordo-me sempre de uma máxima que ouvi de uma colega trabalhador-estudante, decorriam os “apressados” anos pós-revolução: “olha lá, Mel, tu passas a vida a correr para ganhar dinheiro com que compras uns sofás onde raramente te sentarás!!!”. Confesso que na altura, achei que havia na premonição de Sílvia algum exagero, alguma costela revanchista contra a pequena burguesia que se espójava (e esponjava) em sofás ao fim da noite, os "mangas de alpaca", os "burocas", enquanto que ela (como eu) tínhamos para nosso (des)conforto os bancos de "suma-pau" e os buracos dos pavilhões provisórios e pré-fabricados de uma secundária onde frequentávamos, em pós-laboral, o 12º ano… Outros tempos. Adiante. Voltemos ao tema desta “crónica de quotidianos”….

Falo então de um tempo cheio, qual “cartucho” de papel onde as castanhas, ainda que queimando as mãos, impiedosas, são desejadas…ainda que, como acima referi, esse seja um tempo que “não é nosso”. É do patrão. E falo deste, que , por vazio de agenda e de frutos, é só nosso.

Confesso que sempre achei que adoraria o “dolce ne fair nient”, o absoluto nudismo de relógios e sapatos altos. De maquilhagem, de saias travadas ou a varrer o chão, consoante o espírito do momento. Que me faria “feliz” (seja lá o que quer que seja o significado de tal vocábulo) a falta de atavios, por mais minimalistas que fossem. O poder estar de chinelo no pé, em casa…. Usar e abusar dos sofás em que, tão raramente, me sentava (sim, Sílvia, afinal tinhas razão… durante quase três décadas usei-os escassamente…)

Quando se anteviram as tais “férias” muni-me, tacitamente, de tudo aquilo que me faria sentir melhor: a começar pelos chinelos … não, de todo não seriam quaisquer uns. Quem me conhece sabe do meu fascínio pelo amarelo (os amarelos de Van Gogh), do meu sentido permanente de busca de estética e de equilíbrios. Os meus equilíbrios. E, sem qualquer pudor, digo-o: o prazer de me olhar e gostar de me ver. De chinelos que fosse. Sempre presentes em mim as palavras sábias das mulheres de minha família, avó, mãe..."menina, pobrezinha mas arranjadinha"...

Dizia, portanto que, ao adivinharem-se tais “férias”, preparei-me para as receber. Iria gozá-las não num qualquer resort à beira mar plantado, num qualquer lugar de montanha onde o branco enrolaria os saltos das minhas botas, mas, num espaço único e inigualável, sonhado e talhado, ano após ano, por mim: a minha casa.

As janelas abriram-se de par em par, aproveitando as horas mais oportunas do dia: O sol da manhã, o fresco do fim de dia. Alindaram-se espaços que há anos não mereciam um olhar atento… jarras voltaram a encher-se, as rendas ganharam gomas, as plantas interiores e exteriores foram redispostas segundo as suas necessidade: tamanho, exposição à luz, etc… novas espécies juntaram-se às que já coabitavam comigo, algumas das quais desde o início de “vida adulta”.

Quando as forças pareciam já escassear, surgiu, finalmente, uma ajudante de campo… e, na data agendada, tudo reluzia no equilíbrio desejado… era então tempo de gozar o tempo. De usufruir da beleza do campo, dos chilreios dos pássaros, dos coelhos bravos que saltitavam por entre as oliveiras, sem qualquer receio… E dos chinelos amarelos.

Porque não usufruía? Porque o sofá, recentemente estofado, não me dava o prazer que imaginara sentir, os milhares de livros com quem marcara encontro secretamente nos meses anteriores para que, mutuamente, nos lêssemos, não me conseguiam reter mais que escassos minutos? Ou a música, a música que tanto me acalmava quando, exausta, ao fim do dia, em transito e no transito, a ouvia no interior do meu Polo, não tinha agora, que a escutava em condições quase ideais, sobre mim, igual efeito?

Faltava-me quase tudo e tudo se resumia a tão pouco: o olhar enternecido dos meus idosos quando de manhã chegava… as palavras, as risadas, das colaboradoras, os seus olhos perante a aprendizagem de novas matérias, as corridas das crianças no parque em frente quando me viam ao longe, os seus abraços, os beijos lambuzados, as “larachas” dos residentes da vila para quem eu não tinha nome, mas que, a quem, por um profundo à vontade não se coibiam de as dizer. A exemplo, do sapateiro, um jovem "algo gago" quando lhe pedi que me colocasse na forma uns sapatos que, teimosamente me incomodavam.

“Oh, Drª, se a senhora está tão magra como é que os sapatos estão apertados???” … (risada geral, claro).

Meu amigo, afinal o que me aperta são os chinelos… que os sapatos, esses caiem dos pés e competem com os ditos: "achinelam…" como por aqui se diz. É, meu amigo, acabei de descobrir que a estética que busco, o equilíbrio, a beleza, está em cada um de vós. Na partilha, na permuta. Nos dias cheios, na falta de tempo, na utilidade do tempo. No sentido do tempo...

Os chinelos terão de me aguardar, portanto. Farta de férias, está na altura de repensar novos caminhos e, se de uma coisa estou certa, é a de que os meus caminhos terão, imperativamente, de se re-cruzar com os daqueles a quem lhes parece não terem eles mesmos, ainda caminho pela frente...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nefretite *

Adaptação do original de Zeca Afonso


Nefretite não tinha papeira

Tuthankamon apetite

Já minha avó me dizia

Olha que a sopa arrefece (bis)


Nos funerais de antanho

As capicuas gritavam

E às escuras na cozinha


Só as galinhas dormiam (bis)


Manolo era o rei do fandango

Do fandanguilho picado

Maria se fores ao baile

Leva o casaco castanho (bis)


O rei João era dos tesos

Chamam-lhe João dos Quintos

Lá na terra brasileira


Vinham quintais de ouro preto (bis)


Em suma a soma interessava

A quem interessa algum dia

De lingotes e pimentas

Ainda vamos ao fundo (bis)


Lá para o reino da Arábia

Havia amêndoas aos centos

Que grande rebaldaria


E a Palestina às escuras (bis)


Os Sheikes israelitas

Já que estou com a mão na massa

Lembram-me os Sheikes das fitas

Que dão porrada a quem passa (bis)



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descaradamente "roubado" daqui, onde pode ouvir a música, claro!!!
Obrigada, colegas ISCSPianos.
Bateu a saudade ...

“𝕮𝖗ó𝖓𝖎𝖈𝖆 𝖉𝖊 𝖚𝖒 𝖈𝖍𝖆𝖕é𝖚”

“… palerma, chapéus há muitos”… Haver há, de certeza absoluta. Nem contesto. Mas não são meus e nunca estabeleci com eles uma relação...