Evoco-te hoje,
em visita de galerias onde os retratos de família estão já amarelecidos e os álbuns de botânica têm linhas tensas a fisgar as folhas quebradiças. e as nervuras profundas são pasto onde o orvalho matinal da beira-rio debota uma a uma todas as letras. visito-te para que de ti, definitivamente não me esqueça. quero que sirvas a minha memória. que a alimentes.
talvez seja essa a minha cruel sageza, a minha glória: glorificar quem me estigmatiza. quem me atormenta.
evoco-te. no vagar de um tempo que ainda me concedo quando a des_tempo visto o manto transparente de fada com que cubro a nudez do corpo (e a da alma) e parto, romeira, peregrina (e desta forma estranha evito-me da derrocada).
rumo a ti. ao epicentro de um fulgor inopinado com que me trincas, colar de pérolas entre a cadeias de serras, diamantino. não me lembro sequer que nome tens. ou tinhas - és superprodução de ti mesmo (tempos houve em que te acreditei super-nova. mas os astros arrefecem. arrefeceste!). visito-te e sinto a sair do quadro em que te pintei, um hálito cetónico. a piorreia fez-te soltar, um a um, quase todos os dentes; o teu sorriso de vaga-lume oculta quanto estás doente. hipertenso, dia_bético… quem sabe? e, na voragem de um tempo que passa, desdobras-te em sombra e cotovelos de horas cálidas. inventas duelos e espadas (e campos de batalhas) qual D.Quichote e Sancho Pança. não, não sou, nem nunca fui ,de ti, Dulcineia (talvez som de Sol ou maresia solta que, genésica, te abraça… ainda).
evoco-te hoje e nem sequer me lembro que nome tens.
Diamantino fica-te bem.
serás Diamantino então, em óbvia evocação do brilho com que te via e do gelo que és no íntimo de uma emoção...
Imagem da net
em visita de galerias onde os retratos de família estão já amarelecidos e os álbuns de botânica têm linhas tensas a fisgar as folhas quebradiças. e as nervuras profundas são pasto onde o orvalho matinal da beira-rio debota uma a uma todas as letras. visito-te para que de ti, definitivamente não me esqueça. quero que sirvas a minha memória. que a alimentes.
talvez seja essa a minha cruel sageza, a minha glória: glorificar quem me estigmatiza. quem me atormenta.
evoco-te. no vagar de um tempo que ainda me concedo quando a des_tempo visto o manto transparente de fada com que cubro a nudez do corpo (e a da alma) e parto, romeira, peregrina (e desta forma estranha evito-me da derrocada).
rumo a ti. ao epicentro de um fulgor inopinado com que me trincas, colar de pérolas entre a cadeias de serras, diamantino. não me lembro sequer que nome tens. ou tinhas - és superprodução de ti mesmo (tempos houve em que te acreditei super-nova. mas os astros arrefecem. arrefeceste!). visito-te e sinto a sair do quadro em que te pintei, um hálito cetónico. a piorreia fez-te soltar, um a um, quase todos os dentes; o teu sorriso de vaga-lume oculta quanto estás doente. hipertenso, dia_bético… quem sabe? e, na voragem de um tempo que passa, desdobras-te em sombra e cotovelos de horas cálidas. inventas duelos e espadas (e campos de batalhas) qual D.Quichote e Sancho Pança. não, não sou, nem nunca fui ,de ti, Dulcineia (talvez som de Sol ou maresia solta que, genésica, te abraça… ainda).
evoco-te hoje e nem sequer me lembro que nome tens.
Diamantino fica-te bem.
serás Diamantino então, em óbvia evocação do brilho com que te via e do gelo que és no íntimo de uma emoção...
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