Baralham-me estes silêncios
confiscados ao vazio da noite
giestas a chibatarem meu corpo num eco inviolável de palavras.
Confundem-se mais do que algum dia
me confundiu o milagre da separação dos mares, do que me atribula a mente saber que existem ânforas depósitas nos fundos de todos os mares. E nelas, tesouros maiores por encontrar. Teus e meus. Nossos …
Ai esta raiva de ser impotência, de ser verbo d’encher e nada ser
senão
planta arrancada pela raiz na fúria de tua mão…
flor ...espalmada.
Baralham-me
cartas baralhadas, dadas e repartidas e as desbotadas, as de marear nas sete partidas dos mares, por onde marinheiros de vastas águas se fizeram ao mundo. E esta peleja permanente entre os homens e as águas.
Cavadas sem norma, regra, sem jeito
à veia cava do meu peito
aberto
oferto
em dádiva …
Arrestam-me ventos do norte
e as velas incendiadas no horizonte
mordem-me as entranhas descaradamente.
No que não dizem, no que não fazem, no que fazem e desmentem.
Baralho-me na recidiva,
confundo-me, derivada, cognata em mim. Abocanho a madrugada e dela a luz, ainda que declinada e ela, a luz, sabe-me, imutavelmente a água salsa. Salmourada. Ao sal que se escorre em face lívida, ao sal curtume da minha pele.
Estendida. Tensionada por cordame de barcos. Turbulentos, inquietos e logo abalroados no limite dum horizonte improvável.·
Hoje, como ontem, como no dia que adivinho rastilho do devir, embrulho-me na poeira do caminho, revisito o vale sagrado dos afectos e, baralhada, retorço o sentido de todos os alfabetos.
confiscados ao vazio da noite
giestas a chibatarem meu corpo num eco inviolável de palavras.
Confundem-se mais do que algum dia
me confundiu o milagre da separação dos mares, do que me atribula a mente saber que existem ânforas depósitas nos fundos de todos os mares. E nelas, tesouros maiores por encontrar. Teus e meus. Nossos …
Ai esta raiva de ser impotência, de ser verbo d’encher e nada ser
senão
planta arrancada pela raiz na fúria de tua mão…
flor ...espalmada.
Baralham-me
cartas baralhadas, dadas e repartidas e as desbotadas, as de marear nas sete partidas dos mares, por onde marinheiros de vastas águas se fizeram ao mundo. E esta peleja permanente entre os homens e as águas.
Cavadas sem norma, regra, sem jeito
à veia cava do meu peito
aberto
oferto
em dádiva …
Arrestam-me ventos do norte
e as velas incendiadas no horizonte
mordem-me as entranhas descaradamente.
No que não dizem, no que não fazem, no que fazem e desmentem.
Baralho-me na recidiva,
confundo-me, derivada, cognata em mim. Abocanho a madrugada e dela a luz, ainda que declinada e ela, a luz, sabe-me, imutavelmente a água salsa. Salmourada. Ao sal que se escorre em face lívida, ao sal curtume da minha pele.
Estendida. Tensionada por cordame de barcos. Turbulentos, inquietos e logo abalroados no limite dum horizonte improvável.·
Hoje, como ontem, como no dia que adivinho rastilho do devir, embrulho-me na poeira do caminho, revisito o vale sagrado dos afectos e, baralhada, retorço o sentido de todos os alfabetos.