Sobre mim ...

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Lisboa / V.F. Xira / Peniche, Estremadura, Ribatejo ..., Portugal
(Maria Amélia de Carvalho Duarte Francisco Luís)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

És tudo o que em mim germina

És tudo em que em mim germina a cada final de tarde.

És sonho moribundo, és devaneio renascido; és desamor e virtude d’amar sem ter sentido; és sol ocultado em renúncia de viver, vivendo. És chuva, na eira e no nabal (a que danifica e a que é providencial).
És cognição, função superior de meu cérebro; és um tempo vegetativo que m’atormenta o sangue quente. Que me acorrenta nas fímbrias angulosas das neblinas e nos anéis de Neptuno (e o próprio planeta, fustigado por fortes ventos … tão fortes…). Serás, quiçá, Juno, a deusa da luz e, em certos instantes, vingativa.
És desassossego, destempero, ausência permanente em meu corpo e presença d’alma, obstinada.
Em certos momentos, gostaria de poder apagar de mim esta atitude proposicional, este metabolismo pensante que me catapulta de forma desequilibrada entre a razão e a emoção; entre a inteligência no acto de fugir ou simplesmente esquecer e, a resiliência do corpo ao facto.
Da invisibilidade dicotómica destes momentos, resultam estragos maiores, cataclismos eminentes (que os pressinto).
Não, de todo não há razoabilidade em mim. A desorganização é sistémica, a claustrofobia toma proporções de arritmias, o coração bombeia, a loucura dos caminhos. Em dualismo cartesiano (hoje vou reler Descartes …)
Simbólicos, os dedos tacteiam os infinitos dos medos, dedilham harpas na insanidade de serem membros estropiados de improváveis guerras. Póstumas.

É urgente desarmar os verbos. É urgente desminar terrenos férteis. Replantar semente de utopia….

É urgente germinar da verve, a matriz da poesia!

“𝕮𝖗ó𝖓𝖎𝖈𝖆 𝖉𝖊 𝖚𝖒 𝖈𝖍𝖆𝖕é𝖚”

“… palerma, chapéus há muitos”… Haver há, de certeza absoluta. Nem contesto. Mas não são meus e nunca estabeleci com eles uma relação...